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Especuladores, amigo ou inimigo?


Desde há muito que a palavra especulação tem uma conotação negativa, mas em boa verdade esquecemo-nos muitas vezes que um especulador não é mais do que um agente de mercado, não sendo portanto nem bom nem mau.
De facto a especulação não é mais do que um negócio como outro qualquer, que tem os seus riscos associados e em média as mais valias que o especulador obtém servem precisamente para remunerar o seu trabalho, pois ao contrário do que muitos pensam, não existem almoços-grátis.
Mas para mim, o especulador acaba por ter uma importância associada à qualidade da informação. Quantos de nós não usam a informação de mercado como melhor estimativa para a evolução futura de determinado índice?
Por exemplo, para a função que desempenho é-me particularmente útil obter estimativas razoáveis para por exemplo o preço futuro do crude ou da taxa euribor futura. E que melhor estimativa senão a que é dada pelo mercado, pela intervenção dos diferentes especuladores? Afinal a melhor estimativa é a média do que todos os investidores (perdão, especuladores) pensam, ou seja, o preço do mercado.
Através da sua actividade, possibilitam a liquidez dos mercados financeiros. Assim sendo, poder-se-á até dizer que o especulador tem um papel social, pois contribui de forma decisiva para a formação dos preços dos mercados financeiros e para a eficiência de todo o sistema.
Mesmo os que possuem informação privada, acabam por contribuir para a sua dissiminação, ao especularem sobre determinado activo.
Normalmente a imagem do especulador cai em desgraça quando surgem notícias sobre ganhos fabulosos na bolsa por parte de alguns, como por exemplo o George Soros. Mas curiosamente ninguém sente pena por todos os outros especuladores que perderam dinheiro, pois afinal o jogo da bolsa é um jogo de soma nula (se não contarmos com as taxas de bolsa) onde aquilo que uns ganham é aquilo que os outros perdem.
E antes de criticarmos os especuladores, devemos pensar a especulação enquanto um negócio, com um risco e uma remuneração associados, tal como qualquer outro negócio, desde o vizinho que montou o café até ao Belmiro de Azevedo.
Vale a pena pensar nisto...

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