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Medidas de salvação = dívida + inflação = recuperação mais lenta


Recentemente saiu um artigo do Prof. César das Neves que apontava que a recuperação da economia será lenta.
De facto, e atendendo aos montantes injectados na economia quer por via da famosa "impressora", quer por via da dívida, fazem com que a economia recupere de uma forma bastante mais lenta do que o que seria esperado caso não tivessem sido tomadas estas providências.
De facto, "não existem almoços-grátis", e todo este dinheiro que apareceu muitas vezes ligado a projectos de VAL zero ou mesmo negativo, quero dizer, projectos não produtivo, em nada ajudam a economia a criar riqueza.
Por outro lado, tudo isto tem que ser pago, aparentemente em várias prestações durante os próximos anos.
A inflação que irá surgir em breve, como todos sabemos mais não passa do que um imposto escondido, um imposto que distorce as acções dos agentes, e ao ser um imposto distorcionário, em nada favorece a eficiência do sistema económico e portanto atrasa a recuperação da economia.
Para além, como sabemos, estas ajudas financeiras foram financiadas também por recurso à dívida pública, criando défices já de si gritantes, e que têm vindo a accionar o alarme do lado da União Europeia. De facto, se como se espera, dentro de uns anos, a dívida pública da União exceder os 100% do PIB, pode-se antever fortes dificuldades no acesso ao crédito por parte dos Estados-Membros, e esse acesso só será obtido mediante custos de financiamento elevados.
Ora isto irá obrigar aos agentes o apertarem o cinto, no momento de crescer.
As medidas de salvação evitaram de forma artificial que as economias batessem no fundo, mas são essas mesmas medidas que evitam que as economias comecem a crescer de forma sustentável. Enquanto as gerações futuras não pagarem a factura destas medidas, o crescimento económico será fortemente condicionado por isto.
Que não seja mal interpretado: não está em causa se vamos sair da crise, concerteza que iremos sair da crise, a grande questão é quando e com que custo.
Provavelmente iremos chegar à conclusão que se as medidas de suposta salvação não tivessem sido empregues, teríamos saído rapidamente da crise e com danos apenas nas áreas que fracassaram e que mereciam ser alvo de reestruturações e de reformas, algo que não será feito de todo, devido à ocultação provocada pelas medidas adoptadas.
Se ao menos as medidas tivessem tido por objecto, projectos produtivos...

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