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(Des)Emprego 2010


Mais uma vez o governo tira da cartola uma medida que é muito boa para o marketing mas que, na prática, apenas nos deixa globalmente mais pobres e não ajuda à criação de emprego produtivo, em Portugal.

Com a Iniciativa Emprego 2010, o estado incentiva as empresas a contratar mesmo que isso não crie riqueza para a economia, ao contrário do que acontece quando o mercado funciona livremente.

Como o estado paga 65% do salário (para empresas privadas com fins lucrativos), destes estágios, e as empresas pagam 35%, pode suceder a seguinte situação: para um salário de 1000 Euros (para simplificar as contas), a empresa apenas paga 350 Euros, com o restante pago pelos nossos impostos. Se a produtividade do trabalhador levar à criação de riqueza no valor de 400 Euros/mês, a empresa faz bem em contratar, porque ganha 50 euros/mês, no entanto, o custo para a economia de ter aquela pessoa a trabalhar é de 1000 Euros, ou seja, com isto houve uma destruição directa de riqueza no valor de 600 Euros.

Como os 650 Euros pagos pelo estado foram "angariados" através de impostos, a destruição de valor no sector privado foi superior a esses 650 Euros (quem não perceber como isto acontece pode ver vários posts sobre o assunto neste blog).

Com esta destruição de riqueza, muito dificilmente, o programa irá criar mais empregos do que destrói, pelo que, até no seu objectivo mais directo, vai acabar por ter o efeito contrário do pretendido (tal como acontece "quase" sempre com este tipo de intervenções por parte do estado).

A única parte boa nesta iniciativa, é a baixa de impostos, para algumas situações, só é pena não ser para todas as contribuições para a segurança social de todos os trabalhadores, acompanhada de uma redução da despesa pública (sem ir buscar a receita perdida aumentando outro imposto qualquer). As empresas, agradeciam. Os desempregados, que arranjariam emprego produtivo e sustentável, agradeciam ainda mais.

Para terminar fica só o paragrafo que resume os resultados da iniciativa semelhante, em 2009:

"Dados sobre a execução da Iniciativa Emprego 2009 mostram que, no final de Setembro, os apoios à contratação sem termo e à redução da precariedade entre adultos e grupos específicos abrangeram apenas 644 pessoas, em vez das 12 mil previstas. Já os apoios aos jovens abrangeram 5.500 pessoas, face às 20 mil previstas."

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