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O Mercado Livre contra o Racismo

Uma das criticas ao mercado livre, é que promove o racismo, segundo os críticos, porque os empresários, cegos pelos seus preconceitos, vão simplesmente recusar empregar trabalhadores de outras etnias (ou só os vão contractar por salários mais baixos ou para funções menos prestigiantes). Por isso defendem que o estado deve intervir directamente na economia, para não permitir esta abominação.

Num ponto concordo, o racismo é abominável e deve ser combatido.

No entanto, o que a realidade demonstra é que o mercado livre desincentiva naturalmente práticas racistas.

Um dos exemplos disso mesmo ocorreu quando os piratas dos Séculos XVI - XIX dominavam os mares. Obviamente que estes criminosos não se subjugavam a nenhuma lei nacional, nem eram pessoas particularmente iluminadas por um espirito humanista, bem pelo contrário, mas curiosamente o tratamento dado aos marinheiros de cor era muito melhor do que na marinha mercante. Em muitos casos, tinham os mesmos direitos que os piratas europeus, chegando a ocupar lugares de destaque (um dos principais adjuntos de Barba Negra era de origem africana), pelo que não é de estranhar que a percentagem de tripulantes de cor fosse maior nos navios piratas do que na marinha "legítima". Sobre isto fala Peter Leeson em "The Invisible Hook", paper e livro.

A razão pela qual isto sucedia, com os piratas, é porque cada navio precisava de contar com os melhores piratas que conseguisse, independentemente da cor da pele. Assim como as empresas precisam de ter os trabalhadores mais produtivos, não importando a sua proveniencia.

"But the fact that pirates probably shared the same racist beliefs as their legitimate contemporaries does not mean pirates always behaved as prejudicially as their legitimate contemporaries did. Becker discusses why prejudiced employers, for instance, will often not discriminate against minority workers despite their prejudice. The reason for such disparity is that indulging one’s racism can be very expensive. If two workers of different races are equally productive, but one charges less for his services, a profitmotivated employer will make his hiring decision as if he were not prejudiced even if he is. To indulge his prejudice the employer would incur a significant cost and in doing so jeopardize his ability to compete with employers who are not similarly prejudiced. Thus recognition of racist thinking does not ipso facto imply that the racist will discriminate."

Noutro exemplo, um grande clube de futebol dificilmente teria sucesso se recusasse contratar jogadores negros.

O vencedor do prémio Nobel, Gary Becker, referenciado acima, foi o primeiro economista a defender este ponto. Essa tese pode ser encontrada no livro "The Economics of Discrimination".

Walter Block fala sobre o tema aqui.

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