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Hipermercados Podem Abrir até à Meia Noite ao Domingo


É uma das poucas vezes em que concordei com este governo, mas acho que faz todo o sentido acabar com a proibição de abertura dos hipermercados, nos Domingos à tarde.

Primeiro, ao contrário do que se ouve, não me parece que as vendas das lojas tradicionais venham a ser tão prejudicadas. Num hipermercado, costuma-se fazer compras planeadas, normalmente para a semana ou para o mês, portanto neste caso o que acontece é que os consumidores passam a ter mais uma tarde na semana à sua disposição. As compras de última hora, na grande maioria, continuarão a ser feitas na mercearia de bairro, porque não faz sentido deslocar-se para comprar um número reduzido de artigos nos hipermercados, que não ficam localizados a curta distância, para a maior parte das pessoas.

Segundo, claro que, no limite, haverá algumas perdas de vendas do comércio tradicional, mas tal acontecerá porque se deu mais liberdade ao consumidor e este escolheu aquela que considerou a melhor opção. Se querem mesmo ajudar o comércio tradicional, baixem os impostos e reduzam a carga burocrática a que estas pequenas empresas estão sujeitas.

Terceiro, a nível de emprego, dado que não prevejo um impacto significativo nas vendas do comércio de bairro, pode haver alguma perda nas margens, mas que em principio deve ser mais do que compensada com a criação de postos de trabalho nas grandes superfícies, que terão de contratar alguns trabalhadores para estas horas adicionais em que podem abrir.

Quarto, penso que quem será mais prejudicado serão as cadeias de supermercados que, aproveitando-se desta proibição, abriram superfícies abaixo dos 2.000 m2 para poderem continuar abertos nas tardes de Domingo. Estes é que estão em concorrência mais directa com as grandes superfícies, e não tanto o comércio tradicional.

Quinto, se o Domingo é o dia da família, ou não, devemos deixar para ser escolhido pelas próprias famílias. Com esta mudança, apenas se aumenta a liberdade de escolha de todas as famílias, mas as famílias cristãs que queiram reservar o Domingo, podem continuar a fazê-lo, sem obrigar as outras a seguir o mesmo preceito.

Sexto, passar esta decisão final do poder central para o local, parece-me um passo no caminho certo. Se, por exemplo, uma câmara decidir contra o desejo dos habitantes locais, é mais fácil estes mostrarem o seu descontentamento, do que quando esta decisão é tomada em Lisboa, que fica a centenas de quilómetros de muitas cidades. Por outro lado, também seria simples deslocar-se ao concelho ao lado para fazer compras. (No caso de regras mais opressivas do que esta, também é mais fácil ir viver para o concelho vizinho, do que emigrar para outro país.)

Do ponto de vista de quem defende a liberdade, desta vez, ao contrário do que tem sido normal, o governo avançou na direcção correcta.

2 Comentários:

Anónimo disse...

vê-se logo que não sabe o k se passa nos hipermercados,ao domingo as pessoas vão lá só para passearem e comprar algo para o jantar já é assim na altura do natal pq averia agora de ser diferente.
2º os trabalhadores vão passar a trabalhar mais vezes de madrugada logo o k vai fazer com k passem menos tempo com a familia.
3º não vai haver mais postos de trabalho se já agora são reduzidos ! Para falarem haviam de perceber do assunto.

Marco disse...

Obrigado pelo comentário.
Respondendo aos pontos que referiu:

1º acho que está a confundir hipermercados coma centros comerciais. É verdade que as pessoas vão passear aos centros comerciais. O que vai acontecer com os hipermercados, é os consumidores terem mais 11 horas (entre as 13h e a meia-noite de Domingo) por semana para escolher quando fazer as suas compras. Se, por acaso, isso for verdade, concerteza os hipermercados serão os primeiros a continuar fechados porque não compensará estarem abertos.
2º é possível que tenham de trabalhar mais de sabado para domingo, porque há um dia mais longo para preparar, e domingo depois do hipermercado fechar.
3º parece-me óbvio que se vão trabalhar mais horas, vão precisar de contratar mais trabalhadores do que se não fossem trabalhar essas horas adicionais. São os próprios hipermercados quem o diz.