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5 Milhões de Portugueses Vivem de Dinheiro do Estado



Perante isto, há poucas dúvidas em relação à insustentabilidade da nossa situação. Também já passamos, há muito, o ponto em que ainda podiamos inverter o rumo sem dor significativa.

Os cenários mais catastrofistas que podemos ter, no curto prazo, são: (1) acabamos nós com esta palhaçada rapidamente, e há uma revolta, ou (2) deixamos andar, até serem os credores a acabar com a palhaçada, e há uma revolta ainda maior.

No entanto, pode haver outro cenário. O FMI intervém, os nossos políticos (verdadeiros culpados por esta situação), culpam os malvados especuladores e o próprio FMI pelas dificuldades por que vamos passar, e daqui a umas décadas voltamos ao mesmo.

Por isso, os cenários catastrofistas até podiam ter algumas vantagens, no longo prazo, ao obrigar-nos a encarar a realidade, apesar de serem muito dolorosos a princípio.

1 Comentários:

AG disse...

Vejamos os factos - Temos 100% do PIB endividado e a crescer todos os anos, os juros da dívida pública estão altissimos, temos ZERO crescimento. População a envelhecer, desemprego a níveis recorde, jovens portugueses com qualificação emigram às dezenas de milhares por ano. O Estado Social assume compromissos mas não tem como os sustentar, ou seja "unfunded liabilities".

Vejamos a realidade do cidadão português - Considera-se por natureza como sendo de Esquerda. Incrivelmente passivo e desinteressado em compreender temas económicos, preferindo se entreter com temas de Casa Pia e Caso Queiroz. Elegem políticos corruptos como Sócrates, Isaltino e Felgueiras.

O que eu acho que vai acontecer - Estado português irá ter um leilão falhado mais cedo ou mais tarde; seja devido ao atenuar da crise de crédito no sul da Europa ou devido a DownGrade das agências de Rating quando virem o OE2011 do PS (ou o défice fora de controlo de 2010...). Nessa altura o Primeiro Ministro fará o discurso do costume: "Estamos a ser atacados pelos especuladores, estão a atacar o Euro, a culpa é do PSD que não quis negociar o OE e provocou uma crise política que deu sinais de instabilidade aos mercados financeiros". Esta desculpa servirá para justificar tudo que vier daí em diante a nível de cortes quando o FMI/UE vier impor ordem na barraca e nos emprestar dinheiro como fez com a Grécia mas com uma lista de exigências draconianas. Nessa altura o PS irá apresentar a retórica, ensaiando o tema do medo com o eleitorado que "se fosse o PSD a mandar os cortes seriam radicais! Matariam o Estado Social que nós montámos para Portugal! Nós PS como Governo seremos a voz do povo para evitar que o FMI e PSD tirem todos os direitos ao cidadão português!"

Quando se têm metade da população a viver às contas do Estado, se subtrairmos da restante população jovens que ainda não tem idade para votar. Vemos que sobram poucas pessoas que trabalham efectivamente e que sabem o verdadeiro custo do trabalho precário, não ter aumentos, pagar impostos que aumentam e ainda sobreviver com contas a pagar no final do mês (água, electricidade, renda da casa etc a aumentar). Ou seja, JÁ NÃO SOBRAM PESSOAS PARA VOTAR NUMA MUDANÇA! A maioria do eleitorado vive à conta do sistema actual e precisa que ele se mantenha para que continue a ter a sua qualidade de vida, daí que vote e apoio no discurso do Primeiro-Ministro que na sua rentrée se distingue do PSD dizendo que ele é a favor da paz social, estabildiade e não de mudanças radicais ou mexidas na constituição.

O cidadão não entende nem quer entender sequer que é exactamente a política que o Sócrates enaltece como sendo a melhor, a mesma que nos colocou nesta posição de estar à beira da falência. O modelo está falído, é insustêntavel e o país não tem capacidade de mudar, viver à conta do défice durante 15 anos destruiu por completo o tecido económico do país. A mudança terá que vir de fora e será abrupta e à força.

A situação de Portugal perante a crise e a visão Esquerda que governa esta nação, faz lembrar o Partido Comunista na União Sovietica quando se implementava o modelo socialista e esta não produzia os efeitos desejados (muitas das vezes resultava no oposto!). O argumento era "não fomos socialistas e comunistas o suficiente! ainda há quem seja capitalista e nos contamine a ecónomia."