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Dinheiro dos estímulos do FED está a ser investido fora dos EUA

Isto pode explicar o porquê de, após 3 anos de taxas de juro perto de zero, ainda não ser aparente nenhuma bolha, em nenhum sector (tirando Wall Street), dentro dos EUA.

A razão é: grande parte daquele dinheiro está a ser investido no estrangeiro.

Isto também explica as taxas de crescimento de vários países emergentes, indicando que a próxima bolha se pode estar a formar aí. Quando a inflação americana começar a subir, e o Fed subir as taxas de juro, as empresas americanas vão cortar nos investimentos fora do país, ou até começar a retirar dinheiro desses países para as sedes. Nessa altura, a bolha dos países emergentes vai rebentar.

Nos anos 70/80, aconteceu algo parecido. Após anos de taxas de juro artificialmente baixas, com a economia americana estagnada, grande parte da liquidez introduzida pelo Fed foi direccionada para empréstimos a países de 3º mundo, para financiar grandes obras públicas. No principio dos anos 80, o Fed subiu as taxas de juro, levando vários desses países a deixar de conseguir pagar as suas dívidas e a declarar bancarrota, com graves consequências para as populações.

O facto de, aparentemente, não se estar a formar nenhuma bolha nos EUA é bom, porque quer dizer que não estão a ser criadas novas distorções, como a que ocorreu com a bolha do imobiliário. Não nos podemos esquecer que as bolhas são artificiais, sendo inevitavelmente seguidas por uma recessão, para além de que, no longo prazo, são um desperdício de recursos. O pior, é o governo americano não deixar o mercado ajustar as distorções automaticamente, recusando-se a encarar a realidade de que a recessão tem de acontecer, para eliminar os maus investimentos.

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