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Apoiar Exportações, Mais Uma Falácia

Ultimamente temos ouvido muitos políticos, economistas, especialistas, comentadores, etc. defenderem que devemos incentivar as exportações, como forma de sairmos da crise.

Estes incentivos podem ter várias formas, como por exemplo, a baixa de impostos para empresas exportadoras. Sou a favor de todas as reduções de impostos, ou simplificações da burocracia imposta pelo estado, mas contra criar distorções a favor de algum sector, quer seja o sector exportador, ou outro qualquer. O sistema de preços, quando deixado funcionar livremente, já se encarrega de aplicar os recursos de forma eficiente, o que inclui a decisão se determinado bem deve ser vendido para o mercado interno ou deve ser exportado. Qualquer alteração forçada, só leva a aplicações menos eficientes, com piores resultados para a economia como um todo (com ganhos para aqueles ligados ao sector beneficiado, mas em detrimento de todos os outros, nomeadamente dos consumidores portugueses).

Se estivermos a falar de subsídios à exportação, ou linhas de crédito, então sou completamente contra, porque não acho legitimo obrigar os contribuintes a pagar para benefício de empresas com fortes ligações políticas.

Como conceito, apoiar as exportações parte da mesma base teórica do mercantilismo e da crença de que é o consumo que faz uma economia crescer, o que é uma das maiores falácias económicas de todos os tempos, mas que é perpetuada por justificar uma forte intervenção dos governantes na economia, para além de beneficiar certos grupos de interesse.

Apoiar as exportações, também passa a ilusão de ser uma solução fácil, ou pelo menos, mais rápida do que deixar o mercado funcionar, o que não só é falso, como não passa de mais uma oportunidade dos políticos aumentarem a sua influência. E mais uma vez, com consequências muito perigosas para o nível de vida dos portugueses…

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