The BookDepository

Entrevista a Peter Schiff

Obama

Uma semana (mais ou menos), depois do presidente americano ter passado por Lisboa, aqui fica um artigo que analisa quem ganhou e quem perdeu desde que Barrack Obama chegou ao poder.

É curioso constatar que, no geral, ganharam os que já estavam bem, e os que estavam mal, ficaram ainda pior, ao contrario do que prometia a retórica da campanha de 2008. Mas isso já é o normal, quando os auto-denominados progressistas chegam ao poder...

Inflação no Zimbabwe

Com tanto Quantitative Easing, será este o futuro dos Estados Unidos?


Irlanda

Este artigo explica bem o que está em jogo no bail out da Irlanda, o porquê da resistência ao "salvamento" europeu e o porquê dos parceiros europeus insistirem tanto.

Na minha opinião, os bancos irlandeses não deviam ser salvos. Claro que a falência dessas instituições lançaria a Irlanda (e não só) numa grave crise, mas essa crise é inevitável, mais tarde ou mais cedo, dados os incentivos dos vários agentes deste jogo, e quanto mais cedo vier menor será o seu impacto.

Os bancos ao serem salvos, depois de terem feito maus investimentos ou serem mal geridos, certamente que não têm um incentivo para melhorar. Os accionistas tiveram a confirmação do que já sabiam: os lucros são para eles, os prejuízos são pagos pelos governos, ao mesmo tempo que as suas instituições vão crescendo.

Não deixar os bancos falirem agora, apenas vai adiar e ampliar o problema.

Dinheiro dos estímulos do FED está a ser investido fora dos EUA

Isto pode explicar o porquê de, após 3 anos de taxas de juro perto de zero, ainda não ser aparente nenhuma bolha, em nenhum sector (tirando Wall Street), dentro dos EUA.

A razão é: grande parte daquele dinheiro está a ser investido no estrangeiro.

Isto também explica as taxas de crescimento de vários países emergentes, indicando que a próxima bolha se pode estar a formar aí. Quando a inflação americana começar a subir, e o Fed subir as taxas de juro, as empresas americanas vão cortar nos investimentos fora do país, ou até começar a retirar dinheiro desses países para as sedes. Nessa altura, a bolha dos países emergentes vai rebentar.

Nos anos 70/80, aconteceu algo parecido. Após anos de taxas de juro artificialmente baixas, com a economia americana estagnada, grande parte da liquidez introduzida pelo Fed foi direccionada para empréstimos a países de 3º mundo, para financiar grandes obras públicas. No principio dos anos 80, o Fed subiu as taxas de juro, levando vários desses países a deixar de conseguir pagar as suas dívidas e a declarar bancarrota, com graves consequências para as populações.

O facto de, aparentemente, não se estar a formar nenhuma bolha nos EUA é bom, porque quer dizer que não estão a ser criadas novas distorções, como a que ocorreu com a bolha do imobiliário. Não nos podemos esquecer que as bolhas são artificiais, sendo inevitavelmente seguidas por uma recessão, para além de que, no longo prazo, são um desperdício de recursos. O pior, é o governo americano não deixar o mercado ajustar as distorções automaticamente, recusando-se a encarar a realidade de que a recessão tem de acontecer, para eliminar os maus investimentos.

Petição Contra Desperdício Alimentar

Para impedir que uma lei estúpida continue a impedir muitos de aliviar a fome, sugiro que assinem a petição que podem encontrar no link abaixo:

http://www.peticaopublica.com/?pi=Cidadao

Como curiosidade, neste link encontramos posters americanos da 1ª e 2ª Guerras Mundiais, a advertir contra o desperdício de comida.

Ludwig Von Mises - Defensor do Capitalismo

Aqui fica o link para o texto do aluno de Ludwig Von Mises, George Reisman, por ocasião do centenário do nascimento do grande mestre, em 29 de Setembro de 1981, onde detalha, brevemente, as contribuições mais importantes de uma das maiores mentes, do Sec. XX.

Infelizmente, hoje as suas ideias continuam a ser largamente ignoradas, com consequencias pesadas para o nível de vida de todos nós, uma das quais é a crise internacional que começou há 3 anos, em relação à qual ainda não conseguimos ver a luz ao fundo do tunel (caso tivessemos seguido Mises, 1º esta crise não teria acontecido, 2º se só o seguissemos depois da crise começar, esta já teria acabado há muito tempo). No entanto, há sinais de esperança porque, apesar de continuarem a ser uma minoria, o número dos defensores da liberdade e do capitalismo aumenta de dia para dia, à medida que mais pessoas vão abrindo os olhos para o atoleiro, em que fomos deixados por décadas de politicas económicas erradas.

Guerra Cambial = Tiro no Pé

Ultimamente, temos visto várias notícias sobre o surgimento de uma guerra cambial, com vários bancos centrais a intervirem nos mercados com a intenção de desvalorizar as suas moedas. Normalmente, estas notícias incluem explicações sobre como estas medidas são boas para as economias, porque promovem as exportações e aumentam o emprego. Acontece que estas notícias apenas relatam uma parte da história, esquecendo o resto, tal como na "falácia dos vidros partidos".

Antigamente, um país ter uma moeda estável, que ganhava valor em relação às mais fracas, era fonte de prestígio, e terá sido sobretudo esta a razão para o Estado Novo ter sempre seguido uma política de Escudo forte.

Mas há outras vantagens, para além do prestígio. Se uma desvalorização da moeda torna as exportações mais baratas, também torna as importações mais caras, beneficiando aqueles ligados às indústrias exportadoras e prejudicando todos os consumidores de produtos importados, reduzindo o nível de vida de grande parte da população.

Em relação a aumentar o emprego, isso é mais uma falácia. O que cria desemprego, de longo prazo, são as legislações laborais rígidas que restringem os despedimentos, e, consequentemente, as contratações. Se estão tão preocupados com o desemprego, retirem estes impedimentos à criação de emprego. Alterar artificialmente as taxas de cambio, apenas criará empregos em determinados sectores, em detrimento de outros sectores, mas no global não é razão para criar empregos, por si só, no longo prazo.

Os bancos centrais desvalorizam a sua moeda, em relação às demais, através da criação de moeda, ou seja, inflação, e isso também cria outros problemas. A inflação desincentiva a poupança, que é essencial para a acumulação de capital e para o crescimento económico, no longo prazo. Além disso, afasta o investimento externo (e leva os investidores internos para fora do país), porque isso aumenta a incerteza quanto ao valor dos retornos futuros. A inflação tem também alguns aspectos verdadeiramente imorais, como por exemplo o facto de atingir sobretudo as classes mais pobres (os ricos podem proteger-se através de investimentos, ou colocando dinheiro em países com moedas fortes, possibilidades que não estão disponíveis para aqueles com menos posses), e também os pensionistas, cujas reformas não são automaticamente actualizadas quando a moeda desvaloriza.

Da próxima vez que virmos estas notícias, temos de nos lembrar de todos os efeitos negativos que estas medidas causam, e não apenas daqueles que alguns iluminados nos querem mostrar. Por esta razão, eu acho positivo o estado português já não ter, à sua disposição, a ferramenta da desvalorização da moeda, para não nos poder lixar, sem termos culpa alguma, e sem que nada possamos fazer para nos proteger. Pode, ainda assim, lixar-nos de outras maneiras, como redução forçada de salários ou aumento de impostos, mas ao menos tem de nos dizer frontalmente que o está a fazer.