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A Verdadeira Razão para a Subida das Bolsas

O Zero Hedge demonstra como foi feito aquilo que já muitos suspeitavam: os fortes ganhos da bolsa americana, em Setembro, não se deveram a uma melhoria na economia real mas a injecções de dinheiro, por parte do Fed.

A comprovar esta evidência, estão as subidas nos preços do Ouro e de outras commodities, e a desvalorização do Dólar contra moedas como o Euro ou o Yuan. Podem ser os primeiros sinais da inflação que se aproxima, nos EUA.

O Fim do Euro?

Elevada Procura Será Sinal de Confiança na Dívida Portuguesa?

Segundo o secretário de Estado do Tesouro, apesar dos spreads serem preocupantes, o facto de ter havido procura mais que suficiente, para colocar toda a dívida emitida, é sinal de confiança dos investidores.

Eu, obviamente, não concordo, e acho que só há 2 razões para a procura não ser muito menor e para os juros não terem disparado para níveis inimagináveis.

Primeiro, o Banco Central Europeu continua a comprar dívida pública de vários países em apuros, entre os quais se encontra Portugal.

Segundo, os investidores acreditam que quando o Estado Português não pagar a sua dívida, alguém a pagará, ou o BCE, ou a Alemanha, etc..

Nenhuma destas razões me parece ser confiança, dos investidores, em que Portugal vá pôr as contas em ordem.

Os Novos Conservadores

Este artigo de opinião, vem mais uma vez demonstrar como a esquerda se transformou, de progressista (segundo os próprios esquerdistas) em conservadora. Hoje, concentra-se sobretudo em defender as alegadas “conquistas sociais” (na minha opinião, os “beneficiários” perdem mais do que ganhariam num verdadeiro sistema capitalista) e grupos de interesse, como os funcionários públicos (que já são, no geral, dos cidadãos com mais direitos da nossa sociedade).

O programa do PSD, continua a ser estatista e não é o que eu defendo, embora o considere um avanço em relação à situação actual, porque dá mais liberdade aos pais, na educação, e aos utentes, na saúde. No entanto, não pretendo defender o programa do PSD, mas antes mostrar como, o conservadorismo socialista do autor do artigo, é errado.

A escola pública, como existe hoje, aumenta as divisões sociais, para além de ter um nível de qualidade muito baixo e com tendência a cair. Os alunos de famílias pobres, ficam obrigados a frequentar essas escolas, onde recebem uma educação deficiente, com consequências para o seu futuro, enquanto as famílias com mais posses podem enviar os filhos para escolas privadas, onde vão receber uma formação que lhes dará oportunidades a que os restantes dificilmente terão acesso. Na saúde, a situação é idêntica, com os pobres obrigados a esperar horas em filas de espera, nas urgências, ou meses à espera de uma operação, enquanto os ricos podem pagar por um serviço superior, que nunca estará disponível para os mais desfavorecidos.

Antes do 25 de Abril, de facto havia muitos analfabetos e o acesso à saúde era reduzido, mas grande parte da culpa era do próprio estado que restringia o aparecimento de privados a oferecer esses serviços, para proteger as escolas e hospitais já existentes da concorrência, muitos deles públicos, pertencentes à Igreja, ou a grupos com ligações ao poder (ainda no outro dia li algures, sobre o caso Feteira, que o senhor quis fazer um hospital psiquiátrico, em Portugal, que foi chumbado pelo estado novo).

Na América, em meados do sec. XIX, ainda não havia leis a obrigar a frequência escolar, nem havia escolas públicas, em muitos estados, no entanto, como também não havia leis a restringir a oferta de serviços de educação, em alguns estados a taxa de alfabetização era superior a 95%. Relembro também este post, sobre escolas privadas, em favelas nigerianas.

Quando o mercado é deixado funcionar, na educação, na saúde, ou noutra área qualquer, a tendência de longo prazo é para os custos baixarem, ao mesmo tempo que a qualidade e a cobertura sobem, por acção da concorrência entre as empresas que pretendem fornecer esse serviço, porque só assim conseguem atrair os consumidores. Pode ver-se o caso dos telemóveis, mesmo com uma restrição estatal ao número de fornecedores do serviço, os preços tanto das chamadas, como dos próprios telemóveis, baixaram, ao mesmo tempo que o serviço melhorou (não é perfeito, nem nunca será, mas não há dúvida que melhorou), quase todos os portugueses têm pelo menos 1 telemóvel (quando apareceu era um bem de luxo, hoje é banal), e é um sector marcado pela inovação. No sector público, acontece o contrário (lei de Gammon).

Se calhar, vivemos num país pobre precisamente por termos demasiados políticos, e intelectuais, conservadores de esquerda, porque os países/pessoas/famílias pobres são os que mais beneficiam com a liberalização das economias, e os que mais perdem com o socialismo.

"If I were (...) told I would have grandchildren who might be poor, and I wanted to protect their lives, I would surely pick capitalism, not a welfare state, as their best protection. " - Walter Block

O Socialismo é um Erro

"En última instancia, el daño más perverso de la corrupción del socialismo es ese efecto mimético sobre el ámbito de la acción individual. Para la gente de buena fe es muy atractivo: si hay problemas, el Estado pondrá los medios e impondrá la solución. ¿Quién puede estar en contra de conseguir un objetivo tan bueno y loable? El problema es la ignorancia que anima ese argumento. El Estado no puede saber lo que necesitaría saber para obrar así, no es Dios, aunque algunos crean que lo es. Esa creencia perturba el proceso empresarial y agrava los problemas. En vez de actuar de manera automática siguiendo principios dogmáticos sometidos al derecho, actúa arbitrariamente, y eso es lo que desmoraliza y corrompe más la sociedad. La lucha antiterrorista ilegal que se desarrolló en España durante el mandato del Partido Socialista Obrero Español (PSOE) es un ejemplo perfecto de lo que decimos. Fue un error terrible. Los principios no son un obstáculo que impida alcanzar los resultados deseados, sino el único camino que nos puede conducir hasta ellos. Como afirma un dicho anglosajón, “la mejor política pragmática es actuar atendiendo a principios”, es decir, ser honestos, siempre. Y eso es precisamente lo que no hace el socialismo, porque en su esquema de racionalización de fines y medios, creyéndose Dios, la decisión óptima es violar los principios morales.

El socialismo no sólo es un error intelectual, también es una fuerza realmente antisocial, porque su más íntima característica consiste en violentar, en mayor o menor medida, la libertad empresarial de los seres humanos en su sentido creativo y coordinador. Y como eso es lo que distingue al ser humano, el socialismo es un sistema social antinatural, contrario a lo que el ser humano es y aspira a ser."

Japão


A economia japonesa tem sido um enigma para muitos economistas, desde 1990. Por um lado, há alguma controvérsia sobre a razão pela qual, apesar do Banco do Japão ter mantido taxas de juro de referência muito baixas, desde há quase 20 anos, isso não ter causado inflação alta, enquanto, muito pelo contrário, em muitos destes anos até houve deflação.

Quando os bancos centrais querem criar moeda, a sua arma é a taxa de juro de referência. Quando colocam essa taxa abaixo daquilo que seria a taxa de mercado livre, os bancos têm mais incentivo a contrair empréstimos, que depois colocam no mercado de crédito. Porque razão isto não tem resultado em inflação alta, no Japão?

Como sabemos, os japoneses são dos povos que mais poupam, em todo o mundo. Logo, o mercado japonês de crédito teria muita liquidez resultante das poupanças elevadas, pelo que naturalmente, seria provável a taxa de juro estar a níveis baixos, mesmo sem a existência de um banco central.

Como a taxa de juro de referência se encontra muito próxima da que seria a taxa de juro num mercado livre, não tem havido criação significativa de moeda (como se pode ver no gráfico), no Japão, o que explica a inflação não ter sido um problema.

Ao contrário dos economistas monetaristas e keynesianos, eu acho que isso tem sido positivo, impedindo a criação de maiores distorções, na economia nipónica.

Por outro lado, se a politica monetária não tem tido efeito significativo, então porque anda o Japão em recessão há 20 anos?

Tal como todas as bolhas, a japonesa dos anos 80 teve origem no crédito fácil. Antes da bolha rebentar, em 1990, a capitalização bolsista japonesa era 42% da capitalização bolsista mundial, e equivalia a 151% do PNB do país, contra 29%, em 1980. O valor imobiliário do Japão, era 5 vezes o PNB, mesmo depois do crash de 1990. Em 1998/9, o mercado bolsista e imobiliário tinha perdido 80%, em relação ao auge da bolha.

Desde 1990, os sucessivos governos têm embarcado em vários pacotes de “estímulos”, seguindo a cartilha keynesiana. Por outro lado, houve vários salvamentos de alguns grandes bancos e empresas japonesas. Para os keynesianos, o facto da economia continuar estagnada, após todos estes estímulos, é prova da gravidade da recessão e de que os governos foram muito brandos nos estímulos. Isto é, obviamente, ridículo, e apenas demonstra como os seguidores de Keynes se encontram mais uma vez perdidos, sem conseguir entender o porquê do falhanço das suas recomendações.

A economia japonesa, não recuperou precisamente por causa dos repetidos planos de estímulos, que retiram recursos ao sector privado e os entregam a políticos e burocratas. Os governos não deixaram a recessão acontecer, e a recessão é o período em que a economia elimina os maus investimentos realizados durante o boom, e promove a reestruturação dos factores de produção, tendo em conta as preferências dos consumidores, sendo essencial para a recuperação total após os excessos causados pelo crédito fácil. O boom é uma situação insustentável, pelo que qualquer tentativa governamental de o ressuscitar está condenada ao fracasso e apenas impede o regresso rápido a uma economia saudável.


Infelizmente, esta é uma lição que muito poucos políticos estão dispostos a aprender, quer sejam japoneses, portugueses, americanos, etc., porque seria admitir que nós não só não precisamos assim tanto deles, como estaríamos bem melhor se eles tivessem um papel muito mais reduzido, nas nossas sociedades.

Krugman Still Wrong After All These Years


O nosso primeiro ministro, que foi eleito o 2º homem mais poderoso da economia Portuguesa (o que é muito preocupante visto que o mesmo não percebe nada de economia), diz que as medidas Keynesianas é que safaram isto. Claro está é que as políticas Keynesianas, adoradas pelos políticos, pois dizem gastem gastem e mais gastem, são as que levaram isto tudo à bancarrota, como este blog previu há 1 ano atrás, logo na sua inauguração. Aqui fica um artigo interessante:

http://globaleconomicanalysis.blogspot.com/2008/12/krugman-still-wrong-after-all-these.html

Inflação Começa a Subir


Em Agosto, a taxa de inflação foi de 1,9%, em relação a Agosto de 2009, em Portugal, segundo o INE.

Caso se confirme, nos próximos meses, a continua subida da inflação, e que isto ocorre de forma generalizada em toda a Zona Euro, o BCE terá cada vez menos espaço de manobra para manter as taxas de juro a 1%.

Quando as taxas de juro reais do BCE sobem, este diminui a emissão de moeda para os mercados de crédito, deixando de suportar actividades que foram iniciadas e/ou mantidas artificialmente (em detrimento de outras que o mercado preferiria, para responder às necessidas dos consumidores, expressas através da relação entre os preços dos bens e serviços da economia, das matérias primas, etc.).

No início dos anos 2000, as taxas de juro foram artificialmente baixadas, para impedir a recessão que se seguiu ao rebentar da bolha das empresas tecnológicas. De facto, aquela recessão demorou "apenas" uns 2 anos, mas o mercado de crédito, inundado de liquidez, deu origem à bolha do mercado imobiliário.

A bolha do mercado imobiliário rebentou, quando os bancos centrais começaram a subir as taxas de juro, para manter a inflação sob controlo. Com a subida dos juros, muitos proprietários deixaram de conseguir pagar os seus empréstimos aos bancos.

As taxas de juro artificialmente baixas, desde 2008, não deram origem ao começo de novas actividades, mas evitaram, por um lado, o desaparecimento de uma boa parte do sector financeiro, que durante a bolha tinha tomado riscos excessivos, e, por outro, a falência de alguns estados (parte dos riscos excessivos dos bancos foi precisamente comprar demasiada dívida pública de certos países).

Quando o BCE cortar na linha de liquidez, o resultado pode vir a ser o descalabro dos bancos zombies e a bancarrota de alguns estados.

Como sabemos, tanto os bancos portugueses, como o nosso estado, estão altamente dependentes dos empréstimos do BCE, pelo que, caso este cenário se confirme, Portugal pode ser dos países mais afectados.

Se o BCE não subir os juros, para controlar a inflação, o resultado será, no limite, uma hiperinflação. Mas não me parece que os alemães vão permitir que tal aconteça, depois da experiencia dos anos 20 do sec. XX.

PS: Na minha opinião, não faz sentido exlcuir energia e bens alimentares dos indices de preço dos consumidores, e a verdadeira razão pela qual os bancos centrais gostam destas exclusões é porque podem apresentar números mais baixos para a inflação, mascarando a realidade. Normalmente, estes bens são precisamente os primeiros a registar os sintomas da inflação.

Ministro russo pede que cidadãos bebam e fumem

Aqui está uma forma original de tentar resolver problemas de finanças públicas. Mesmo que o consumo em excesso de álcool tenha alguma responsabilidade na morte de centenas de milhar de russos por ano, mas isso interessa para quê, quando o estado recebe mais dinheirinho?

Qualquer dia, o Teixeira dos Santos pode fazer um pedido parecido, com a vantagem adicional de assim também nos alhearmos do rumo há muito tomado por Portugal.

Infelizmente, este tipo de argumento pode ser o mais fácil de ser compreendido pelos estados, em relação a temas como a liberalização de drogas ou da prostituição. Argumentar que são trocas consensuais entre adultos, não deve surtir efeito para senhores com mentalidades deste género.

5 Milhões de Portugueses Vivem de Dinheiro do Estado



Perante isto, há poucas dúvidas em relação à insustentabilidade da nossa situação. Também já passamos, há muito, o ponto em que ainda podiamos inverter o rumo sem dor significativa.

Os cenários mais catastrofistas que podemos ter, no curto prazo, são: (1) acabamos nós com esta palhaçada rapidamente, e há uma revolta, ou (2) deixamos andar, até serem os credores a acabar com a palhaçada, e há uma revolta ainda maior.

No entanto, pode haver outro cenário. O FMI intervém, os nossos políticos (verdadeiros culpados por esta situação), culpam os malvados especuladores e o próprio FMI pelas dificuldades por que vamos passar, e daqui a umas décadas voltamos ao mesmo.

Por isso, os cenários catastrofistas até podiam ter algumas vantagens, no longo prazo, ao obrigar-nos a encarar a realidade, apesar de serem muito dolorosos a princípio.

Quantos Empregos Foram Realmente Destruídos desde que Começou a Recessão?

O Zero Hedge faz uma análise interessante que dá uma estimativa para esta questão, para lá da "magia" dos números oficiais, no caso dos EUA.

Seria interessante saber uma estimativa do genero, em Portugal, porque ninguém acredita que o número real de desempregados seja de apenas 600 mil. Infelizmente deve ser muito superior...

Why Yesterday's ISM Was Likely Wrong

Mesmo quando há dados oficiais aparentemente bons, são tão estranhos que surgem logo muitas dúvidas...

Rosenberg Explains Why Yesterday's ISM Was Likely Wrong, To Be Revised

Esta é que é a Piada do Ano

Portugal emite dívida a mais para impressionar investidores

Há algum tempo que não via uma notícia tão estúpida, e isto numa época em que não têm faltado notícias estúpidas.

Se queriam impressionar alguém, emitiam era menos dívida.

Isto é tipo uma criança que se envolve em cenas de pancadaria com outra e diz: "Viste, deixei-te dar-me todos aqueles murros para te mostrar que aguento!".

Deixo uma pergunta ao "estratega em obrigações" do Commerzebank: será para impressionar ou será descontrolo orçamental????

Confrontos em Moçambique

Este é o resultado inevitável quando os políticos são obrigados a encarar a realidade (neste caso, subindo os preços tabelados da água e electricidade), e acabando por defraudar as falsas expectativas criadas junto da população, normalmente com fins eleitorais.

Nos mercados livres, a tendência é para os preços descerem por causa da concorrência, que obriga as empresas a procurar formas mais eficientes de produção, para disponibilizarem preços mais baixos que as empresas rivais, além de tentarem aumentar a qualidade.

Quando há empresas privadas com posições monopolistas, protegidas pela lei (os monopólios resultam quase sempre de protecções dadas pelo estado), como parece ser o caso da Águas de Moçambique, de acordo com este link, ou quando há empresas públicas, como é o caso da Electricidade de Moçambique, que nunca podem ir à falência porque o estado injecta mais capital para as salvar, incentivando a ineficiência, a tendência é para os preços subirem enquanto a qualidade baixa.

Eventualmente, os politicos podiam manter os preços tabelados da água e da electricidade, mas teriam de cobrar impostos para cobrir o buraco, criando uma injustiça porque estariam os contribuintes a pagar aos consumidores. O problema é normalmente o buraco tender a crescer, porque os preços baixos promovem a procura e desincentivam a oferta, até se tornar insustentável.

Outra explicação possível, é o banco central de Moçambique andar a criar inflação (não estou a dizer que está a acontecer, apenas que é uma possibilidade). A inflação é um imposto, a diferença em relação aos outros impostos é que apenas damos conta que existe quando vemos o aumento do nível geral dos preços, nomeadamente nos bens de primeira necessidade.

Se os políticos tivessem deixado o mercado funcionar nas últimas décadas, provavelmente os preços seriam mais baixos em relação aos tabelados actualmente, mas isso significaria abdicarem de muito do poder que hoje detêm.

Um dia destes, não me admira que haja confrontos deste genero em Portugal, porque até a paciência do povo dos "brandos constumes" há-de ter limites, embora aqui o mais expectável é termos uma revolta fiscal.