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5 Milhões de Portugueses Vivem de Dinheiro do Estado



Perante isto, há poucas dúvidas em relação à insustentabilidade da nossa situação. Também já passamos, há muito, o ponto em que ainda podiamos inverter o rumo sem dor significativa.

Os cenários mais catastrofistas que podemos ter, no curto prazo, são: (1) acabamos nós com esta palhaçada rapidamente, e há uma revolta, ou (2) deixamos andar, até serem os credores a acabar com a palhaçada, e há uma revolta ainda maior.

No entanto, pode haver outro cenário. O FMI intervém, os nossos políticos (verdadeiros culpados por esta situação), culpam os malvados especuladores e o próprio FMI pelas dificuldades por que vamos passar, e daqui a umas décadas voltamos ao mesmo.

Por isso, os cenários catastrofistas até podiam ter algumas vantagens, no longo prazo, ao obrigar-nos a encarar a realidade, apesar de serem muito dolorosos a princípio.

Quantos Empregos Foram Realmente Destruídos desde que Começou a Recessão?

O Zero Hedge faz uma análise interessante que dá uma estimativa para esta questão, para lá da "magia" dos números oficiais, no caso dos EUA.

Seria interessante saber uma estimativa do genero, em Portugal, porque ninguém acredita que o número real de desempregados seja de apenas 600 mil. Infelizmente deve ser muito superior...

Why Yesterday's ISM Was Likely Wrong

Mesmo quando há dados oficiais aparentemente bons, são tão estranhos que surgem logo muitas dúvidas...

Rosenberg Explains Why Yesterday's ISM Was Likely Wrong, To Be Revised

Esta é que é a Piada do Ano

Portugal emite dívida a mais para impressionar investidores

Há algum tempo que não via uma notícia tão estúpida, e isto numa época em que não têm faltado notícias estúpidas.

Se queriam impressionar alguém, emitiam era menos dívida.

Isto é tipo uma criança que se envolve em cenas de pancadaria com outra e diz: "Viste, deixei-te dar-me todos aqueles murros para te mostrar que aguento!".

Deixo uma pergunta ao "estratega em obrigações" do Commerzebank: será para impressionar ou será descontrolo orçamental????

Confrontos em Moçambique

Este é o resultado inevitável quando os políticos são obrigados a encarar a realidade (neste caso, subindo os preços tabelados da água e electricidade), e acabando por defraudar as falsas expectativas criadas junto da população, normalmente com fins eleitorais.

Nos mercados livres, a tendência é para os preços descerem por causa da concorrência, que obriga as empresas a procurar formas mais eficientes de produção, para disponibilizarem preços mais baixos que as empresas rivais, além de tentarem aumentar a qualidade.

Quando há empresas privadas com posições monopolistas, protegidas pela lei (os monopólios resultam quase sempre de protecções dadas pelo estado), como parece ser o caso da Águas de Moçambique, de acordo com este link, ou quando há empresas públicas, como é o caso da Electricidade de Moçambique, que nunca podem ir à falência porque o estado injecta mais capital para as salvar, incentivando a ineficiência, a tendência é para os preços subirem enquanto a qualidade baixa.

Eventualmente, os politicos podiam manter os preços tabelados da água e da electricidade, mas teriam de cobrar impostos para cobrir o buraco, criando uma injustiça porque estariam os contribuintes a pagar aos consumidores. O problema é normalmente o buraco tender a crescer, porque os preços baixos promovem a procura e desincentivam a oferta, até se tornar insustentável.

Outra explicação possível, é o banco central de Moçambique andar a criar inflação (não estou a dizer que está a acontecer, apenas que é uma possibilidade). A inflação é um imposto, a diferença em relação aos outros impostos é que apenas damos conta que existe quando vemos o aumento do nível geral dos preços, nomeadamente nos bens de primeira necessidade.

Se os políticos tivessem deixado o mercado funcionar nas últimas décadas, provavelmente os preços seriam mais baixos em relação aos tabelados actualmente, mas isso significaria abdicarem de muito do poder que hoje detêm.

Um dia destes, não me admira que haja confrontos deste genero em Portugal, porque até a paciência do povo dos "brandos constumes" há-de ter limites, embora aqui o mais expectável é termos uma revolta fiscal.